A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (26) o plano para a venda de parte de suas refinarias. A companhia, que hoje detém o monopólio da capacidade de refino no País, vai oferecer à iniciativa privada oito das treze refinarias que possui.
Fuente: O Globo
   
Em entrevista exclusiva, o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, adiantou que pretende arrecadar cerca de US$ 15 bilhões com a venda, que deve ser concluída em um ano e meio.
 
"Nós estamos destruindo valor com o refino", afirmou Castello Branco, explicando que a atividade hoje não é lucrativa, como o negócio de produção e exploração de petróleo.
 
"Nós detestamos a solidão do mercado. Queremos companheiros, competidores. O mercado em competição força a empresa a ter custos mais baixos a perseguir eficiência. Será bom para a Petrobras e para o Brasil", complementou.
 
O presidente da estatal também comentou a questão do diesel. O assunto esteve nos holofotes nos últimos dias após a Petrobras ter postergado em quase uma semana o aumento do preço do combustível após questionamento do presidente Jair Bolsonaro.
 
Para Castello Branco, a questão é página virada: "Tanto é que reajustamos em seguida o preço do diesel e continuamos com a mesma política. Não mudamos nada até agora".
 
Nessa linha de privatizações e reequilíbrio do caixa da companhia, o presidente da estatal também afirmou que vai rever a política de patrocínios, que ficará concentrada em programas de educação infantil.
 
"Nós manteremos o patrocínio à cultura para instituições que consideramos ícones do Rio de Janeiro: o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Teatro Municipal, a Sala Cecilia Meirelles e a Orquestra Sinfônica Petrobras", afirmou.
 
Será deixado de lado o patrocínio da Fórmula 1, com a McLaren, que recebe da estatal cerca de 110 milhões de libras por ano. "Não faz sentido uma empresa de um país de economia emergente, de renda mais baixa, financiar uma equipe de competição de um país desenvolvido", disse.