FUENTE: O GLOBO
DAVOS - O fluxo de Investimento Estrangeiro Direto (IED) para o Brasil diminuiu 12% e fechou em US$ 59 bihões em 2018. Com isso, o país caiu de quinto para nono maior recipiente de EID no ano. Globalmente, o fluxo sofreu forte contração de 19%, segundo a Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).
A divulgação do monitor de investimento com essas cifras antecipou a chegada do presidente Jair Bolsonaro a Davos, que justamente vem ao encontro anual da elite econômica e política do planeta com a ambição de tentar atrair mais capitais externos, e mais rapidamente. A Unctad atribui a queda no fluxo de IED para o Brasil, que ficou em US$ 59 bilhões comparado a US$ 68 bilhões em 2017, à "desafiadora situação econômica e incertezas eleitorais'', que retrairam os investidores estrangeiros. Desde 2015, o Brasil adota a denominação Investimento Direto no País (IDP) no lugar de IED e as cifras do Banco Central são normalmente diferentes.
O fluxo de IED via equity (por meio de aquisição de ações) diminuiu de US$ 54 bilhões para US$ 38 bilhões. Este volume inclui operações de fusão e aquisição por estrangeiros, que declinaram de US$ 25 bilhões para US$ 14 bilhões, numa baixa de 44% comparado a 2017. Os lucros reinvestidos por multinacionais no país alcançaram US$ 18 bilhões. E houve US$ 3,7 bilhões no item ''outros capitais'', que inclui empréstimos entre companhias. "O fluxo de IED para o Brasil, que já é alto, tende a melhorar de novo em 2019, até pela determinação do governo de atrair mais investidores", diz James Zhan, diretor da divisão de Investimentos da Unctad. Ele observa que o volume anunciado de projetos greenfield, um indicador de tendência futura, cresceu 64% em 2018 no país. "O Brasil tem um potencial enorme para continuar recebendo mais IED", acredita Zhan. O volume global de IED caiu 19% em 2018, para US$ 1,200 trilhão comparado a US$ 1,470 trilhão em 2017.
Foi o terceiro declínio consecutivo, refletindo um crescimento anêmico desde a crise financeira global de 2008. As tendências de longo prazo mostram claro paralelo com a desaceleração do crescimento do comércio de bens e uma quase reversão nas cadeias globais de valor (CGV). O IED é fortemente vinculado às cadeias globais, já que 80% do comércio internacional é vinculado a redes internacionais de produção por multinacionais e suas filiais. Para Zhan, as causas para a baixa no fluxo de IED incluem: primeiro, fatores políticos, com o retorno de tendências protecionistas, incerteza e pouco progresso nos regimes internacionais para comércio e investimento. Segundo, fatores economicos: as taxas médias de retorno de IED declinaram de 8,1% em 2012 para 6,7% em 2017, com quedas ainda maiores nos países em desenvolvimento. E terceiro, mudanças estruturais nos modelos de negócios: a economia digital impulsiona alteração em direção de intangíveis na produção internacional e formas mais leves de operações no exterior. A desaceleração do investimento e suas causas têm importantes implicações para os empresários e os formuladores de políticas, nota a Unctad.
Para muitas empresas, a menor rentabilidade das operações no exterior provoca uma nova reflexão sobre seu modus operandi multinacional. Para os formuladores de políticas, atrair investimentos é fundamental para gerar crescimento econômico e empregos. Os países em desenvolvimento estão particularmente preocupados, porque o IDE e as CGV impulsionaram desenvolvimento para a maioria dos mercados emergentes de hoje e são cruciais para as perspectivas de industrialização em países de baixa renda.
DAVOS - O fluxo de Investimento Estrangeiro Direto (IED) para o Brasil diminuiu 12% e fechou em US$ 59 bihões em 2018. Com isso, o país caiu de quinto para nono maior recipiente de EID no ano. Globalmente, o fluxo sofreu forte contração de 19%, segundo a Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).
A divulgação do monitor de investimento com essas cifras antecipou a chegada do presidente Jair Bolsonaro a Davos, que justamente vem ao encontro anual da elite econômica e política do planeta com a ambição de tentar atrair mais capitais externos, e mais rapidamente. A Unctad atribui a queda no fluxo de IED para o Brasil, que ficou em US$ 59 bilhões comparado a US$ 68 bilhões em 2017, à "desafiadora situação econômica e incertezas eleitorais'', que retrairam os investidores estrangeiros. Desde 2015, o Brasil adota a denominação Investimento Direto no País (IDP) no lugar de IED e as cifras do Banco Central são normalmente diferentes.
O fluxo de IED via equity (por meio de aquisição de ações) diminuiu de US$ 54 bilhões para US$ 38 bilhões. Este volume inclui operações de fusão e aquisição por estrangeiros, que declinaram de US$ 25 bilhões para US$ 14 bilhões, numa baixa de 44% comparado a 2017. Os lucros reinvestidos por multinacionais no país alcançaram US$ 18 bilhões. E houve US$ 3,7 bilhões no item ''outros capitais'', que inclui empréstimos entre companhias. "O fluxo de IED para o Brasil, que já é alto, tende a melhorar de novo em 2019, até pela determinação do governo de atrair mais investidores", diz James Zhan, diretor da divisão de Investimentos da Unctad. Ele observa que o volume anunciado de projetos greenfield, um indicador de tendência futura, cresceu 64% em 2018 no país. "O Brasil tem um potencial enorme para continuar recebendo mais IED", acredita Zhan. O volume global de IED caiu 19% em 2018, para US$ 1,200 trilhão comparado a US$ 1,470 trilhão em 2017.
Foi o terceiro declínio consecutivo, refletindo um crescimento anêmico desde a crise financeira global de 2008. As tendências de longo prazo mostram claro paralelo com a desaceleração do crescimento do comércio de bens e uma quase reversão nas cadeias globais de valor (CGV). O IED é fortemente vinculado às cadeias globais, já que 80% do comércio internacional é vinculado a redes internacionais de produção por multinacionais e suas filiais. Para Zhan, as causas para a baixa no fluxo de IED incluem: primeiro, fatores políticos, com o retorno de tendências protecionistas, incerteza e pouco progresso nos regimes internacionais para comércio e investimento. Segundo, fatores economicos: as taxas médias de retorno de IED declinaram de 8,1% em 2012 para 6,7% em 2017, com quedas ainda maiores nos países em desenvolvimento. E terceiro, mudanças estruturais nos modelos de negócios: a economia digital impulsiona alteração em direção de intangíveis na produção internacional e formas mais leves de operações no exterior. A desaceleração do investimento e suas causas têm importantes implicações para os empresários e os formuladores de políticas, nota a Unctad.
Para muitas empresas, a menor rentabilidade das operações no exterior provoca uma nova reflexão sobre seu modus operandi multinacional. Para os formuladores de políticas, atrair investimentos é fundamental para gerar crescimento econômico e empregos. Os países em desenvolvimento estão particularmente preocupados, porque o IDE e as CGV impulsionaram desenvolvimento para a maioria dos mercados emergentes de hoje e são cruciais para as perspectivas de industrialização em países de baixa renda.