Fuente: O Globo
A estatal Eletrobras prevê aumentar em 1,1 bilhão de reais sua geração de caixa, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), caso consiga concluir com sucesso a privatização de suas seis distribuidoras de eletricidade no Norte e Nordeste, que são fortemente deficitárias, disse nesta quarta-feira (18) o presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr, ao participar de palestra no Clube Militar em São Paulo.
O governo federal divulgou no final de agosto planos de privatizar a Eletrobras como um todo, mas a companhia pretende concluir antes a venda de suas seis distribuidoras de eletricidade que operam no Norte e Nordeste do paísdas distribuidoras, prevista por enquanto para o primeiro trimestre de 2018.
A estatal Eletrobras deverá divulgar nos próximos dias as condições de venda das distribuidoras, segundo Wilson Ferreira Jr.
Como as distribuidoras são fortemente deficitárias, a geração de caixa da Eletrobras deverá aumentar uma vez que seja concluída a venda. O executivo ressaltou que o movimento é importante também para a redução de dívidas almejada para a estatal.
Segundo Ferreira, que assumiu a presidência da companhia em julho do ano passado, a Eletrobras deverá fechar 2017 com uma relação entre dívida líquida e geração de caixa gerencial de 3,3 vezes, ante 4,7 vezes no final de junho.
Em 2018, se a empresa conseguir vender as distribuidoras e outros ativos, como fatias minoritárias em usinas e linhas de transmissão, a alavancagem "com certeza" irá cair para abaixo de 3 vezes, disse Ferreira, ao participar de evento do Clube Militar em São Paulo.
Segundo apresentação feita pelo executivo, a Eletrobras pode fechar 2018 com uma relação entre dívida líquida e geração de caixa de 2,4 vezes.
O executivo também defendeu os planos do governo de privatizar a Eletrobras, e disse que a companhia pode ganhar eficiência sob controle privado e continuar sendo uma das maiores empresas de energia no mundo, ou mesmo subir nesse ranking.
Segundo Ferreira, a forte oposição de sindicatos de trabalhadores da companhia aos planos de desestatização "é natural", uma vez que a elétrica precisará passar por um processo de enxugamento, com cortes de pessoal, para se reequilibrar financeiramente.