A Petrobras e a norueguesa Statoil estão expandindo uma parceria para limitar o declínio natural da produção em campos maduros na Bacia de Campos, afirmaram duas fontes com conhecimento direto do assunto.
Fuente: TN Petróleo
   
No fim de agosto, as empresas assinaram um memorando de entendimento que evoluiu para potencializar suas competências técnicas, com o objetivo de elevar os volumes de óleo recuperável em campos maduros em operação no país.
 
Uma das opções em estudo é que a Statoil poderia obter participações em campos em troca de cooperação tecnológica e de carregar parte do investimento necessário, disse uma das fontes.
 
Procurados, representantes da Petrobras e da Statoil não comentaram o assunto. As fontes pediram para não serem identificadas, porque as negociações permanecem em sigilo.
 
A Bacia de Campos, que foi responsável por cerca de 85 por cento da produção de petróleo do Brasil, há cinco anos, representa atualmente 58 por cento.
 
A Petrobras detém cerca de 80 por cento da produção de petróleo no Brasil e é responsável pelo desenvolvimento de enormes descobertas no pré-sal, que produziram pela primeira vez em 2008.
 
O movimento entre as empresas acontece após a Statoil fechar, ao final de julho, a compra de uma participação de 66 por cento da descoberta de Carcará, por 2,5 bilhões de dólares, um dos maiores prospectos da Petrobras.
 
Plano de Negócios
 
O  pré-sal é uma região no mar perto da costa do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, onde várias das maiores descobertas de óleo mais recentes do mundo foram feitas.
 
No mês passado, a Petrobras publicou seu novo Plano de Negócios e Gestão, que prevê investir 74,1 bilhões de dólares entre 2017 e 2021, uma queda de 25 por cento em relação ao plano 2015-2019, revisado em janeiro deste ano, elevando ainda projeções de vendas de ativos enquanto busca melhorar suas finanças.
 
Os planos de investimentos para a Bacia de Campos foram os que mais sofreram com os cortes, afirmou uma das fontes. Em contrapartida, o plano da Petrobras reduziu sua projeção para o declínio da produção de petróleo na Bacia de Campos. No novo documento, a Petrobras prevê declínio anual estável de 9 por cento no período, diferentemente do declarado em maio pela diretora de Exploração e Produção, Solange Guedes, de que esse percentual poderia atingir de 12 a 15 por cento nos próximos anos.
 
No plano, apresentado no mês passado, a petroleira indicou que as oportunidades na Bacia de Campos seriam avaliadas com ênfase em parcerias estratégicas para aumentar o potencial de produção e na revitalização do campo de Marlim, um dos mais importantes.